A Santa dos milagres
A 3 de
Agosto de 1833, a irmã Maria Luisa de Jesus, religiosa com 34 anos, de um
retiro de Nápoles, guardava no seu quarto uma estátua de Santa Filomena,
dizendo para consigo: “no dia 10 deste
mês festeja-se em Mugnano a chegada do corpo desta Santa”.
A Santa dignou-se falar com ela e disse: " Deus providenciou para que os meus restos fossem trazidos para Mugnano no dia 10 para festejarmos a minha chegada e também o dia do meu martírio porque no dia 10 de agosto, à uma hora da tarde, Diocleciano mandou que me cortassem a cabeça”.
A Religiosa contou isto ao seu Confessor que tudo entregou a Deus e depois disse-lhe: " diz a Santa Filomena que deverá contar-te a sua vida por inteiro”.
A Religiosa respondeu : " Eu obedecerei mas se a Santa não quiser responder-me, não tenho nada com isso."
À tarde, a Religiosa, estava ajoelhada diante da estátua e, depois de recitação de três Credos e três Glórias, ouviu a Santa proferir o seguinte: “ Sou filha de um rei da Grécia. Os meus pais eram estéreis. Havia perto de nós, um médico romano chamado Publio. Os meus pais chamaram-no para que lhes dissesse a causa da sua esterilidade.
Este médico era cristão. Senhor, respondeu a meu pai, se quiserem ter filhos, devem receber o Baptismo e abraçar a Religião Católica. Os meus pais concordaram imediatamente; aprenderam a doutrina e receberam o Santo Baptismo com o seu confessor. Nasci um ano depois e puseram-me o nome de Filomena. Por este facto, muitas famílias no reino, se tornaram Católicas. Cresci com uma educação cristã e, aos 5 anos fiz a minha primeira comunhão. Aos 11 anos fiz o meu voto de virgindade a Deus. Chegada à idade dos 13 anos, o imperador Diocleciano, declarou guerra ao meu pai que foi forçado a deslocar-se a Roma para negociar a paz e evitar a guerra. Eu e minha mãe, fomos com ele.
Quando chegámos a Roma, encontrámos Diocleciano no palácio dos Banhos. Assim que me viu, prometeu ao meu pai a paz e a sua protecção com a condição de me dar em casamento. O meu pai consentiu e logo me deu conhecimento mas eu respondi-lhe: Não posso porque consagrei a minha virgindade a Jesus Cristo.
Os meus pais fizeram-me incessantes pedidos dizendo: tem piedade de nós e da tua pátria mas eu respondi-lhes: o meu pai é Deus e a minha pátria é o Céu.
O meu pai foi ter com ele e disse-lhe: Filomena não quer casar contigo.
O imperador disse-lhe: traz aqui a jovem e as senhoras romanas irão persuadi-la. O meu pai viu-se forçado a conduzir-me até lá. O imperador recebeu-me com toda a amabilidade e levou-me até às senhoras romanas mas os meus pais tiveram de retirar-se.
Aquelas senhoras fizeram todos os esforços para me persuadirem a aceitar o casamento com Diocleciano mas, vendo a minha firmeza, reportaram ao imperador que solicitou a minha presença junto dele mostrando o seu desapontamento nas suas esperanças uma vez que eu estava inflexível às minhas promessas. Ele disse-me: “Se não queres o meu amor, experimentarás a minha tirania".
Eu respondi: “ Não quero o teu amor, nem temo a tua tirania.” O Imperador enfurecido, ordenou que me fechassem numa prisão onde me traziam pão e água a cada 24 horas.
Após 37 dias, apareceu-me a Santíssima Virgem que me disse: “ Querida filha, permanecerás nesta prisão, 40 dias e serás sujeita a vários martírios mas o Arcanjo Gabriel e o teu Anjo da Guarda, te ajudarão e sairás vitoriosa”. Passados 40 dias fui exposta, nua, à flagelação donde saí repleta de feridas e meia morta. Devolveram-me à prisão mas Deus curou-me e no dia seguinte encontraram-me sarada.
O Imperador, sabendo de tudo isto, perguntou-me novamente se eu o queria como marido mas ouvindo novamente a minha recusa, enfureceu e ordenou que fosse chicoteada.
Novamente fui mandada para a prisão cheia de feridas e sangue. De manhã, os que me julgaram morta, encontraram-me curada e rosada, cantando salmos em louvor a Deus porque, durante a noite, fui ungida por um Anjo que me curou completamente. Depois deram ordens para que eu fosse torturda com flechas incandescentes mas entrei em êxtase e as flechas voltaram para trás matando seis arqueiros.
Por este prodígio e por ordem do Imperador, ataram-me uma âncora ao pescoço e lançaram-me ao Tibre; os Anjos cortaram as cordas que atavam a âncora e içaram-me totalmente seca. A população, ao ver mais este prodígio, começou a gritar: “Ela está livre, ela está livre!” Temendo uma revolta popular, cortaram-me a cabeça. Isto aconteceu a 10 de agosto numa sexta-feira à tarde.”
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